Em primeiro turno, senadores aprovam proposta que acaba com
coligações, para deputados e vereadores, cria cláusula de barreira e
pune políticos eleitos que mudarem de partido. PEC segue para votação em
segundo turno.
Na primeira votação, o Senado aprovou nesta quarta-feira(09/11) a
proposta de emenda constitucional (PEC) 36 que acaba com as coligações
partidárias em eleições proporcionais, para vereadores e deputados, e
estipula uma cláusula de barreira para os partidos políticos.
A
proposta, aprovada por 58 votos a favor e 13 contra, deverá ser votada
em segundo turno pelos senadores e, se aprovada por no mínimo três
quintos dos parlamentares, ou seja, 49 de 81, segue para a avaliação da
Câmara dos Deputados, onde também precisa passar por duas votações para
entrar em vigor.
A PEC, de autoria dos senadores Aécio Neves e
Ricardo Ferraço, ambos do PSDB, acaba com as coligações partidárias nas
eleições proporcionais a partir de 2020. Pela atual legislação, os
partidos podem fazer coligações para eleger vereadores e deputados.
Dessa maneira, os votos alcançados pela legendas coligadas são somados e
são eleitos os candidatos mais votados da sigla.
Cláusula de desempenho
A
proposta também estabelece uma cláusula de barreira que visa diminuir o
número de legendas partidárias no país. Pelo texto, os partidos
precisam alcançar 2% dos votos válidos no pleito para a Câmara dos
Deputados, distribuídos em, ao menos, 14 unidades federativas, em 2018, e
3% a partir de 2022, com 2% dos votos válidos em 14 unidades
federativas.
A cláusula limita, desta maneira, o acesso das
legendas a verbas do fundo partidário e ao tempo de propaganda em rádio e
televisão, além da estrutura funcional do Congresso. Candidatos que
forem eleitos por partidos que não alcançarem esse limite terão o
mandato garantido, mas com estrutura menor na Câmara e sem direito a
ocupar cargos de liderança e participar de comissões.
O consolo: Eles poderão ainda
optar por mudar para outra legenda sem penalização.
A medida
estabelece que legendas menores podem se reunir para atuar como uma, mas
para isso devem concorrer juntas e atuar com um único partido durante
todo o mandato.
A proposta da cláusula de desempenho é polêmica.
Opositores da medida alegam que ela afetaria partidos tradicionais como o
PC do B, PPS e PV, além de legendas mais recentes como Psol e Rede.
Senadores de oposição, da Rede, PCdoB e PT, tentaram reduzir as
cláusulas de barreira para 1% em 2018, 1,5% em 2022 e 2% em 2026, mas a
emenda foi rejeitada.
Se a clausula já estivesse em vigor, ela
reduziria o funcionamento parlamentar de 14 legendas das 27 que integram
atualmente o Congresso.
A PEC 36 também reforça a fidelidade
partidária e determina a perda de mandato para políticos eleitos que
trocarem de partidos, menos que seja para concorrer a outra vaga.
A votação do segundo turno no Senado sobre a PEC deve ocorrer no dia 23 de novembro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário