Planeta dos Macacos © image/jpeg Planeta dos Macacos 
 
Macacos falantes podem ser um fruto apenas da ficção científica. Mas pesquisadores americanos e austríacos descobriram que Macaca (um  gênero de primata que vive na Ásia e na África) teria a capacidade de falar como seres humanos. Isso porque os animais têm a anatomia necessária para a fala.

Para chegar a esse resultado, os cientistas usaram vídeos de raio-x que capturaram os movimentos de diferentes partes da anatomia vocal do macaco, como língua, lábios e laringe.

A escolha por essas partes do rosto está relacionada à maneira como as pessoas falam, disse em um comunicado Asif Ghazanfar, coautor do estudo. Ele explica que o discurso humano tem origem no som produzido pela laringe e que ele é modificado pela boca e pelos lábios. “As palavras ‘bat’ (morcego) e ‘bot’ (robô) têm o mesmo som como fonte, mas ele é alterado pela anatomia facial para gerar o som diferenciado que ouvimos.”


Depois, os pesquisadores conectaram os grunhidos dos macacos a um modelo computacional que simula o alcance vocal do primata a partir dos dados registrados pelo raio-x. O clipe de áudio gerado pelo computador mostrou como um macaco soaria se tentasse falar como um ser humano. Você pode ouvi-lo neste link.

Baseados nesses áudios, os cientistas notaram que os primatas poderiam produzir sons de vogais e até frases completas com seu trato vocal. “Agora, ninguém pode dizer que o que impede os macacos de falar é a sua anatomia vocal”, afirma Ghazanfar.

Os resultados sugerem que a fala humana decorre principalmente da evolução do cérebro. “A pergunta que resta ser respondida é o que o cérebro humano tem que o torna especial”, diz o cientista.
Além disso, o fato de um gênero antigo como Macaca ter um trato vocal semelhante ao humano também insinua que os chimpanzés (intimamente ligados aos seres humanos) também tenham a capacidade de falar.

Laurie Santos, pesquisadora da Universidade de Yale, disse em comunicado que, se isso for verdade, estudar o cérebro do chimpanzé poderia ajudar a revelar quais são as redes neurais que permitem que as pessoas falem.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Exame.com