Secretário-executivo de Parcerias de investimentos do governo,
Moreira Franco afirmou que o presidente Michel Temer vai indicar "o
mais rápido possível" um novo ministro para substituir Teori Zavascki, morto nesta quinta-feira (19), no STF (Supremo Tribunal Federal).
"Ele [Temer] disse para mim que vai indicar um novo nome o mais rápido possível", afirmou Moreira à reportagem.
Questionado
sobre o perfil do novo ministro, que poderia herdar a relatoria da Lava
Jato na corte, Moreira afirmou "será uma pessoa com muito critério,
reconhecido saber jurídico e que honrará a toga", que não quis antecipar
cotados para o posto.
Apesar da postura mais comedida de Moreira,
apostas de nomes para o cargo já começam a aparecer entre os
interlocutores do Palácio do Planalto. Um deles é o ex-procurador do
Ministério Público de São Paulo Luiz Antonio Marrey. Além dele, a
ministra da AGU (Advocacia-Geral da União), Grace Mendonça, de perfil
bastante técnico, também foi lembrada por aliados de Temer.
Amigos
do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, por sua vez, apostam no
advogado, que sempre quis assumir uma cadeira no Supremo e, desgastado
no cargo pelo agravamento da crise carcerária, poderia ocupar um posto
mais técnico.
O ministro que substituirá Teori no STF poderia
assumir a relatoria da Lava Jato, embora, segundo a reportagem apurou, a
tendência seja que a presidente da corte, ministra Cármen Lúcia,
recorra a uma solução interna e redistribua o processo em sorteio na 2ª
Turma, da qual Teori fazia parte.
O colegiado hoje é composto pelo
decano do Supremo, ministro Celso de Mello, além de Ricardo
Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.
A decisão de Cármen
Lúcia estaria baseada na jurisprudência do caso do ministro Carlos
Alberto Menezes Direito, morto em 2009. Naquela ocasião, o então
presidente do STF, Gilmar Mendes, determinou em dois dias, por sorteio, a
redistribuição de alguns processos que estavam com o magistrado,
inclusive aqueles que tratavam de réu preso, como é o caso da Lava Jato.
Segundo
artigo 38 do regimento interno do Supremo, o relator de determinado
processo é substituído "em caso de aposentadoria, renúncia ou morte"
pelo ministro nomeado para a sua vaga.
De acordo com juristas
ouvidos pela reportagem, porém, o artigo 68 do mesmo regimento prevê
que, em casos excepcionais, o presidente do tribunal redistribua os
processos se a indicação do novo ministro não for feita pelo presidente
da República em até 30 dias.
São eles: habeas corpus, mandado de
segurança, reclamação, extradição, conflitos de jurisdição e de
atribuições, diante de risco de grave de perecimento de direito ou na
hipótese de a prescrição da pretensão punitiva ocorrer nos seis meses
seguintes ao início da licença, ausência ou vacância.
O texto
acrescenta ainda que "em caráter excepcional poderá o presidente do
tribunal, nos demais feitos, fazer uso da faculdade prevista neste
artigo".
A tendência, portanto, é que Cármen Lúcia invoque o
"caráter excepcional" e determine a redistribuição do processo para um
ministro do Supremo, caso o novo nome não seja escolhido pelo presidente
Michel Temer em até 30 dias. Com informações da Folhapress.
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