O suicídio entre idosos é como aquele segredo de família que todos
sabem existir, mas sobre o qual ninguém ousa falar. Tema tabu em
qualquer faixa etária, a morte autoafligida soa paradoxal na terceira
idade, quando tantas agruras da vida já foram superadas. As
estatísticas, porém, alertam que esse silêncio precisa ser quebrado.
Em
todo o mundo, as maiores taxas de tentativas e atos consumados estão nas
faixas etárias avançadas. No Brasil, não é diferente.
Os dados nacionais ainda são escassos, mas evidenciam que o país acompanha a tendência global. O Mapa da Violência 2014,
organizado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, aponta que, acima
dos 60 anos, há oito suicídios por 100 mil habitantes, taxa maior que a
registrada entre outros grupos etários. Entre 1980 e 2012 — período
avaliado no estudo —, houve crescimento de 215,7% no número de casos
entre os idosos. Da mesma forma que ocorre com os mais jovens, os homens
são as principais vítimas. Aos 75 anos, de acordo com o Ministério da
Saúde, a razão é de oito a 12 suicídios masculinos por um feminino.
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