De todas as definições sobre política, a que mais se
aplica ao cenário atual é uma de Jânio Quadros. “Política é como
fotografia, se mexe muito não sai”, dizia Jânio. Nas últimas duas
semanas, caciques do Congresso se mexeram freneticamente à procura de um
substituto para o presidente da República. E o nome não saiu. Em
consequência, Temer foi ficando. Mesmo crivado de suspeições, ele se
tornou o presidente mais conveniente para os atores que se imaginam em
condições de participar da disputa presidencial de 2018 em contraposição
ao PT e seus satélites.
Principal escora do Palácio do Planalto no Legislativo ao lado do
PMDB, o PSDB aproximaria Temer da porta de saída se abandonasse o
governo à própria sorte. Mas o tucanato, um agrupamento de amigos 100%
feito de inimigos, não consegue se entender nem consigo mesmo. O senador
Tasso Jereissati adoraria sentar-se na poltrona de Temer. Já se deu
conta, porém, de que não se elegeria porteiro do Congresso numa eleição
indireta. Tasso nem precisa de inimigos. Seu maior adversário é o amigo
Geraldo Alckmin.
Por Josias de Souza
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