Sem dinheiro, prefeituras de todo o Brasil estão com
dificuldade para manter funcionando programas federais, como a operação
de postos de saúde e a circulação de ambulâncias. Anunciadas como
solução prática para desafogar emergências de hospitais públicos a
partir de um programa do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, hoje preso,
as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ilustram bem o problema da
burocracia federal e da falta de planejamento na implantação de
programas públicos de saúde.
Desde 2008, o governo federal construiu, com verba própria, 711 UPAs
24 horas, que funcionam como postos de saúde para casos de pequena e
média complexidades. A ideia, ainda no governo do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, era copiar o exemplo do Rio e espalhá-lo por todo o
país. Depois que o prédio está pronto, a manutenção das unidades
depende basicamente de investimento das prefeituras. Mas, como boa parte
dos municípios enfrenta queda de arrecadação, cerca de um quarto dessas
UPAs nunca abriu: 163, ou 23% do total.
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