Até
amigos de Lula avaliaram que ele errou ao desqualificar tão
drasticamente Antonio Palocci no depoimento que prestou a Sergio Moro.
No PT, ninguém ignora que Palocci sempre foi um suavizador das
necessidades monetárias de Lula. Fora do PT, todos sabem que Palocci era
um fiel escudeiro de Lula. Por isso, petistas chegados ao ex-presidente
ficaram com a impressão de que, ao pintar Palocci como um mentiroso
frio e calculista, Lula condenou-se ao descrédito. De fato, nunca um
inocente pareceu tão culpado — ou nunca um culpado pareceu tão inocente.
Petistas que privam da intimidade de Lula acham que, em vez de
desqualificar Palocci, o pajé do PT deveria ter recoberto seu
ex-ministro de elogios. Na sequência, Lula associaria o desejo de
Palocci de se tornar um delator à prisão longeva e a uma hipotética pressão psicológica da equipe
da Lava Jato. O efeito seria o mesmo. Com a vantagem de que Lula não
precisaria ter cutucado Palocci com o pé, arriscando-se a ser mordido
com mais força pelo delator-companheiro.
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