Tema até então incomum no dia a dia dos brasileiros,
as artes plásticas agora ocupam o centro de debates em redes sociais e
mesas de botecos. Após o fechamento da “Queermuseu”, em Porto Alegre
(RS), e da presença de crianças na performance nudista do Museu de Arte
Moderna (MAM) de São Paulo (SP), o Congresso Nacional e o Ministério da
Cultura (MinC) discutem mudanças na legislação.
No entanto, artistas e especialistas discordam do teor das
proposições, que pretendem disciplinar dois aspectos das artes
plásticas: a instalação de classificação indicativa para mostrar e
exposições e a limitação do financiamento público de projetos que
abordem temas LGBTs e religiosos.
Veja mais:
Santander diz que não acatará decisão do MPF
para reabrir “Queermuseu”
A data para encerramento da exibição estava marcada para o dia 8 de outubro, mas foi fechada após protestos do MBL
O Santander Cultural, por meio de sua assessoria de comunicação, afirmou na manhã desta sexta-feira (29/9), que não irá acatar a recomendação do Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul para reabrir a exposição “Queermuseu – Cartografias da Diferença da Arte Brasileira”.
Em nota, a instituição afirma: “A mostra Cartografias da Diferença da Arte teve sua exibição finalizada no Centro Cultural de Porto Alegre, de cunho privado, no dia 10.9.17 e não será reaberta conforme comunicado do mesmo dia”.
A data para encerramento da exibição estava marcada para o dia 8 de outubro, mas foi fechada após protestos de um grupo de pessoas ligados ao Movimento Brasil Livre (MBL). No entender da organização, as imagens eram consideradas ofensivas e faziam apologia à pedofilia e zoofilia.
Na quinta-feira (28), o Santander Cultural havia sido notificado pelo MPF/RS, recomendando para num prazo de 24 horas reabrir as portas da exibição ao público gaúcho.
Segundo procurador da República Fabiano de Moraes, o precedente do fechamento de uma exposição artística causa um efeito deletério a toda liberdade de expressão artística, trazendo a memória situações perigosas da história da humanidade, como a destruição de obras na Alemanha durante o período de governo nazista.
Ele ressaltou ainda que as obras que trouxeram maior revolta em postagens nas redes sociais não fazem apologia ou incentivo à pedofilia, conforme manifestação pública dos promotores de Justiça do Ministério Público Estadual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário