Todos afirmam, à boca pequena, que o Brasil vai mal, que o Brasil está à beira do abismo, que estamos no fundo do poço, que não existe mais saída para o Brasil, blábláblá.
É o que alguns chamam de Síndrome do Vira-lata.
Realmente, a nossa caótica situação socioeconômica, naturalmente
causada por anos de medidas políticas equivocadas e, até, desonestas,
nos remetem sempre para o pior dos piores.
A mídia, cada vez mais célere e presente, não nos deixa esquecer as
calamidades causadas por nossos políticos incompetentes e desonestos,
mas em que época esta espoliada nação esteve bem e governada por homens
de caráter e que nunca estiverem metidos em escândalos?
Leiam esta séria e contundente declaração e decifrem quem disse isto e quando:
“Assassinaram o meu antecessor. Escolheram-me por ocaso. Fui eleito
naquele velho sistema das atas falsas, os defuntos votando, e fiquei 27
meses na prefeitura”.
Sintam a gravidade do que esse homem público disse e verifiquem
quantos crimes foram cometidos (inclusive assassinato e eleições
fraudulentas).
Existem irregularidades mais atuais do que estas? Foram ditas recentemente por um político atual?
Não, estas palavras foram ditas pelo grande escritor alagoano Graciliano Ramos (27/101892–20/03/1953), que foi prefeito de Palmeira dos Índios (AL), de 1928 a 1930, quando renunciou.
Infelizmente, política é uma ciência praticada por falhos humanos e os
homens têm a capacidade de violentar, desvirtuar, conspurcar e
anarquizar as leis que regem a ética, a moral e a honra.
Nós, os brasileiros, estamos diante de um grande impasse político: não sabemos mais em quem votar.
Já elegemos pessoas cultas que lesaram o erário, votamos num iletrado
que está respondendo inquéritos judiciais por, entre outras coisas,
malversação.
Já votamos num índio, já elegemos um palhaço e nada mudou. E agora, José?
“O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito
dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância
política, nasce o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das
empresas”, disse Bertolt Brecht (1898 – 1956), dramaturgo, poeta e pensador alemão
Apesar de todas as aberrações políticas que o povo brasileiro já
colocou no poder (em todas as esferas), jamais poderemos nos omitir e,
desistindo, tornarmo-nos analfabetos políticos. Vamos continuar
insistindo, utilizando-nos da única arma que a democracia nos concede: o
voto!
Ou será que todas essas diarreias mentais que nós já elegemos não são resultados do nosso crônico analfabetismo político?
Ou será que todas essas diarreias mentais que nós já elegemos não são resultados do nosso crônico analfabetismo político?
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