O homem trava uma luta eterna contra o tempo. Para
retardar a corrosão da imagem, tenta-se enganar o relógio com maquiagens
e operações plásticas. No Brasil, o hábito da reparação cosmética
chegou à política. A letra ‘P’, de partido, vem sendo extirpada das
siglas como se fosse uma dessas pelancas que se formam sob o queixo com a
idade. A novidade surte efeito diferente do desejado.
O velho PMDB recuperou o nome de batismo: MDB. Mas continua sendo o
partido das malas de propina. O PP, que pende da árvore genealógica da
ditadura, virou Progressistas. Mas ainda é legenda sem futuro, graças ao
passado de corrupção que tem pela frente. O DEM quer virar Mude, para
conservar tudo como está.
A lista é interminável e preocupante. Revela
uma mudança de valores.
Na política, as rugas não significam experiência, sabedoria e
autoridade. Significam apenas que faltou ética. E isso não é coisa que
se resolva com restauração estética.
Os partidos corromperam até as
letras, que já não significam nada. No fim das contas ninguém distingue a
diferença entre PMDB, PP, DEM, PR, PT, PTB e FDP.
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