Deputado Douglas Garcia, do
PSL (Foto: Divulgação/Alesp)
Douglas Garcia está causando com suas declarações e revelações.
O deputado que, há pouco tempo era pouco comentado, hoje é cerne das manchetes
de todos os jornais. Douglas levanta a bandeira do conservadorismo que, em sua
essência, é apenas uma cosmovisão pautada pelo ceticismo e prudência. Contudo,
virou uma bandeira para muitos disseminarem seus preconceitos interiorizados.
O deputado estadual, provocou polêmica nesta
semana, ao dizer, durante um discurso no plenário da Casa, que “arrancaria à
força” uma transexual que utilizasse o banheiro feminino do recinto.
Posteriormente, contou com ajuda de
Janaína Paschoal para revelar sua homossexualidade.
Janaína Paschoal para revelar sua homossexualidade.
Confira a entrevista realizada por André
Leite Suzano
Douglas por qual motivo decidiu entrar na política?
Por criação e por valores sempre fui contra a ideologia de
gênero, o aborto, a legalização de drogas como a maconha. Defendo o fim da
doutrinação ideológica, o respeito ao cristianismo. Enfim, me identifiquei
politicamente como conservador. O movimento Direita São Paulo me elegeu
Deputado Estadual para defender esses valores em âmbito estadual.
Como deputado, quais são as suas metas para o estado de São Paulo?
Escola Sem Partido em todas as escolas públicas do Estado,
proibição à ideologia de gênero, infância sem pornografia, acabar com as cotas
em concurso para cargos dos servidores do Estado, aliviar a carga tributária,
diminuir a burocracia em processos administrativos do Estado, batalhar contra o
ativismo judicial para trazer direitos humanos a humanos direitos. Além de
brigar contra toda a agenda comunista.
Qual é a sua formação acadêmica e quais conhecimentos você leva para a câmara de SP?
Sou estudante de direito na UNIP (1° ano).
Nesta semana você ganhou destaque na mídia pelo fato de externar o seu pensamento acerca da comunidade trans. “Se alguma transsexual usasse o mesmo banheiro que a minha mãe, eu a tiraria de lá no tapa”. Você já se desculpou com a deputada Erica (PSOL/SP)?
Me desculpei pela forma, jamais pela ideia. Sou radicalmente
contra o uso de banheiros femininos pelos travestis ou trans.
A sua fala é transfóbica, e muitos fazem confusão e possuem a dificuldade de assumir quando erram. Você acredita ter errado?
Eu possuo imunidade parlamentar, independente de eu estar
absolutamente certo ou absolutamente errado, o que isso implica? Eu desejo que
a imunidade parlamentar de todos os deputados seja respeitada.
Após ofender a deputada Erica (transsexual) você se assumiu homossexual, ou melhor, a deputada Janaína Paschoal lhe fez esse favor. Por qual motivo vocês decidiram revelar isso neste momento? Essa “revelação” é uma tentativa de amenizar a ofensa à Malunguinho do PSOL?
Eu decidi me assumir gay pois estavam ameaçando divulgar vídeos e
fotos, dos quais eu nem sei se existem, de parceiros que tive relações, para
tentar desqualificar o meu discurso ou as bandeiras que eu defendo. Na dúvida,
se for para levar a público, que seja pela nossa parte, nosso lado. Continuo
defendendo que a ideologia de gênero é uma aberração e que trans não podem
competir com mulheres de sexo biológico. O processo contra mim continua e nada
disso impactará na representação ao Conselho de Ética, então qualquer ilação de
que eu estou tentando fugir do processo é mentira.
Você já disse que não quer ser reconhecido como um político que representará a comunidade LGBT. Qual legado deseja implantar nos seus 4 anos de mandato?
O legado da diferença. Quero que me avaliem pela competência em
atender às demandas de saúde, educação, segurança, economia e direitos humanos.
Não quero que me vejam como o único parlamentar que passava por baixo da
catraca do ônibus durante a campanha para transitar em SP, ou pelo fato de ser
negro ou gay. Eu quero ser presente na vida da população, quero mostrar que os
políticos devem servir ao povo e não se servirem do povo.
Por Ketryn Carvalho -
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