Glenn Greenwald (na foto), o cúmplice de hackers, atacou a Globo
na entrevista que deu a um blog de esquerda e depois reproduzida por
outros blogs. A emissora rebateu os ataques de Greenwald em nota enviada
a quem publicou a entrevista, contando que ele ofereceu as matérias com
mensagens roubadas à Globo, mas sonegou informações básicas para a
prática de um jornalismo minimamente sério.
Leia a nota que a emissora enviou aos blogs:
“Glenn Greenwald procurou a Globo por e-mail no último dia 29 de maio
para propor uma nova parceria de trabalho. Em 2013, a emissora já havia
dividido com ele o trabalho sobre os documentos secretos da NSA
referentes ao Brasil. Uma parceria que mereceu elogios dele pela forma
como foi conduzido o trabalho.
Greenwald ficou ainda mais agradecido por um gesto da Globo. Nas
reportagens que a emissora divulgou, em algumas frações de segundo era
possível ver nomes de funcionários da agência americana, que não
trabalhavam em campo, mas em escritório. Mesmo assim, tal exposição
poderia levá-lo a responder a um processo em seu país natal, os Estados
Unidos. A Globo, então, assumiu sozinha a culpa, declarando que, durante
a realização da reportagem, Greenwald se preocupava sobremaneira com a
segurança de seus compatriotas. Tal atitude o livrou de qualquer risco.
Ao e-mail do dia 29 de maio seguiram-se alguns telefonemas na
tentativa de conciliar agendas (ele estava viajando) para um encontro,
finalmente marcado. Ele ocorreu na redação do Fantástico no dia 5 de
junho. Na conversa, insistindo em não revelar o tema, ele disse que
tinha uma grande ‘bomba a explodir’ e repetiu que queria voltar a
dividir o trabalho com a Globo, pelo seu profissionalismo. Mas, antes,
gostaria de saber se a emissora tinha algo contra ele, sem especificar
claramente os motivos da pergunta, apenas dizendo que falara mal da
Globo em algumas ocasiões.
Provavelmente se referia a um artigo que seu marido, o deputado David
Miranda, do PSOL, tinha publicado no Guardian com mentiras em relação à
cobertura do impeachment da presidente Dilma Rousseff. O artigo foi
rebatido por João Roberto Marinho, presidente do Conselho Editorial do
Grupo Globo, fato que deu origem a comentários desairosos do próprio
Greenwald.
Na conversa de 5 de junho, ele afirmou que ‘tudo estava no passado’.
Prontamente, ouviu que jamais houve restrição (de fato, David Miranda já
foi inclusive convidado para entrevista em programa da GloboNews).
Greenwald ouviu também, com insistência, por três vezes, que a Globo só
poderia aceitar a parceria se soubesse antes o conteúdo da tal ‘bomba’ e
sua origem, procedimento óbvio. Greenwald se despediu depois de ouvir
essa ponderação.
A Globo ficou aguardando até que, na sexta-feira à tarde, Greenwald
mandou um e-mail afirmando que não recebeu nenhuma resposta da Globo e
que devia supor que a emissora não estava interessada em reportar este
material. Como Greenwald, no e-mail, continuava a sonegar o teor e
origem da ‘bomba’, não houve mais contatos. Não haveria como assumir
qualquer compromisso de divulgação sem conhecimento do que se tratava.
No domingo, seu site, o Intercept, publicou as mensagens atribuídas
ao ministro Sergio Moro e procuradores da Lava-Jato, assunto que mereceu
na mesma noite destaque em reportagem de mais de cinco minutos no
Fantástico (e depois em todos os telejornais da Globo).
Na segunda, uma funcionária do Intercept sugeriu que o programa
Conversa com Bial entrevistasse um dos editores do site para um debate
sobre jornalismo investigativo. Como o próprio site anunciou que as
publicações de domingo eram apenas o começo, recebeu como resposta que
era conveniente esperar o conjunto da obra, ou algo mais abrangente,
antes de se pensar numa entrevista.
Por tudo isso, causam indignação e revolta os ataques que ele desfere
contra a Globo na entrevista publicada na Agência Pública. Se a
avaliação dele em relação ao jornalismo da Globo e a cobertura da
Lava-Jato nos últimos cinco anos é esta exposta na entrevista, por que
insistiu tanto para repetir “uma parceria vitoriosa” e ser tema de um
dos programas de maior prestígio da emissora? A Globo cobriu a Lava-Jato
com correção e objetividade, relatando seus desdobramentos em outras
instâncias, abrindo sempre espaço para a defesa dos acusados. O
comportamento de Greenwald nos episódios aqui narrados permite ao
público julgar o caráter dele.”
O Antagonista
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