Os jovens brasileiros ainda têm à frente uma grande barreira de
entrada no mercado de trabalho, mas que vem diminuindo nos últimos meses
com a lenta recuperação da oferta de empregos nos últimos 12 meses.
Levantamento do GLOBO com base nos microdados do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged) aponta que a melhora do emprego
formal tem sido puxada por trabalhadores com até 24 anos. Entre outubro
de 2018 e setembro deste ano, cerca de 1,1 milhão de jovens foram
contratados com carteira assinada em todo o país.
Os números mostram que o segmento que mais sofreu com a crise, com
taxa de desemprego superior a 28,1% em 2017, segundo a Pnad Contínua, do
IBGE, é agora o primeiro a recuperar espaço no mercado de trabalho. O
saldo de novos empregos formais só é positivo entre os trabalhadores até
29 anos.
Acima dos 30 anos, a perda de vagas continua, ainda que em menor
intensidade, levando ao fechamento de mais de 613 mil vagas de outubro
de 2018 a setembro deste ano. O fluxo divergente nas duas pontas resulta
no saldo positivo de 478 mil vagas em 12 meses.
A melhoria, no entanto, é restrita aos trabalhadores mais
qualificados, com ensino médio e superior completo. Profissionais menos
escolarizados, mesmo os mais jovens, ainda enfrentam dificuldades em
entrar no mercado formal. A falta de experiência é um empecilho para boa
parte dos 4 milhões de jovens desempregados. Tanto que o governo deve
apresentar esta semana um pacote de medidas para estimular a geração de empregos nesse segmento, oferecendo benefícios fiscais para as empresas.
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