A crise de abastecimento de água veio para ficar. “Precisamos nos
preparar para uma crise hídrica de médio e de longo prazos, com
componentes muito complexos”, alerta o presidente da Agência Nacional
Águas (ANA), Vicente Andreu. O alerta vem de alguém aparentemente sem
receio de discussões polêmicas. Em outubro, Andreu criticou o uso do
segundo volume morto do reservatório Cantareira, em São Paulo.
Pelas redes sociais, o ex-secretário de energia do governo do Estado,
José Aníbal, chamou-o de “vagabundo”. O insulto marcava o auge de uma
crise que havia começado em fevereiro daquele ano, quando os técnicos da
ANA identificaram o risco de desabastecimento na maior metrópole
brasileira. O assunto foi levado à presidente Dilma Rousseff que,
segundo Andreu, orientou que a agência prestasse o apoio necessário ao
Estado, sem “politizar” o caso.
A ajuda foi oferecida, como conta Andreu nesta entrevista, mas a
estratégia não funcionou e o caso virou “um inferno”, nas palavras dele.
Casos de desabastecimento como o de São Paulo podem se tornar mais
comuns, conforme previsão do presidente da Ana. Segundo ele, 2015 será
pior que os anos anteriores. Confira abaixo os principais trechos da
entrevista, concedida em Petrolina (PE), às margens do rio São
Francisco.
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