Em maus lençóis, Agripino de acusador a acusado.
O Uol destacou que o presidente da empreiteira OAS, Leo Pinheiro,
condenado a 16 anos de prisão sob acusação de envolvimento no esquema
investigado na Lava Jato, aceitou emprestar um jato particular a pedido
do presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), uma das
principais figuras da oposição. O pedido foi feito em janeiro de 2014
por Agripino. Ele solicitou a aeronave não para uso próprio, mas para
seu suplente na época, João Faustino, que precisava ir de Natal para São
Paulo.
Pinheiro aceitou o pedido e disponibilizou o avião, mas a viagem não
aconteceu porque Faustino morreu pouco depois de leucemia. A troca de
mensagens com o pedido do senador foi encontrada em celular de Leo
Pinheiro apreendido durante a Operação Lava Jato. Elas fazem parte do
inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga Agripino Maia
por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Apesar da viagem não ter se
realizado, os investigadores avaliam que está explícita a relação de
troca de favores e vantagem indevida entre o empreiteiro e o senador.
As mensagens analisadas pela Polícia Federal que fazem parte da
investigação também trazem indícios, segundo os investigadores, de que o
senador pode ter recebido propina por ter ajudado na liberação de
recursos do BNDES para a construção do estádio Arena Dunas, em Natal,
que foi feito pela OAS. Segundo a Procuradoria, Agripino teria
conseguido a liberação de dinheiro junto ao BNDES e, em contrapartida, a
empreiteira doou R$ 500 mil ao diretório nacional do DEM nas eleições
de 2014.
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