A
presidente Dilma Rousseff já reage com resignação quando confrontada
com o diagnóstico, feito até por ministros da equipe dela, de que o
governo pode não chegar ao final. “Eu tenho que combater o bom combate.
Ganhar ou perder é o resultado”, afirma. Dirigentes do PT e auxiliares
próximos da presidente analisam que ela não teria a exata noção da
gravidade da crise, protegendo-se no que chamam de “autismo”. Ministros
do núcleo mais próximo da presidente dizem que ela, na verdade, está
serena. A ideia de que o governo não chega a 2018 é praticamente
consensual entre eles.
A certeza de que a crise política deve se tornar incontornável tomou
conta de boa parte dos petistas depois de receberem informações de que
as empreiteiras podem detalhar, nas delações premiadas, contribuições
por meio de caixa dois para a campanha de Dilma de 2014.
A Odebrecht chegou a mandar recados a Dilma, antes mesmo de Marcelo
Odebrecht ser preso, dizendo que informações bancárias da Suíça poderiam
mostrar que o marqueteiro dela, João Santana, recebeu recursos no
exterior. A ideia era que Dilma, por meio do Ministério da Justiça,
tentasse barrar a chegada de documentos do exterior ao Brasil.
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