Mesmo após deixar a presidência da Câmara e ter o mandato cassado, o
ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) mantém pelo menos seis aliados no
governo do presidente Michel Temer. Eles ocupam postos estratégicos no
Palácio do Planalto e na Esplanada.
Durante a semana que se encerra, como revelou a Coluna do Estadão,
Cunha conseguiu emplacar a jornalista Flávia Morais como assessora da
diretoria-geral da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Ela era
assessora de imprensa de Cunha.
Um dos aliados do peemedebista que permanece no governo é Gustavo
Vale Rocha, nomeado para comandar a Subchefia para Assuntos Jurídicos da
Casa Civil em maio deste ano, logo após Temer assumir interinamente. O
órgão é responsável por assessorar ministros e o próprio presidente.
Vale já assumiu publicamente que foi advogado de Cunha em ações
privadas. A relação rendeu a ele a indicação, pela Câmara, para o
Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Ele foi indicado no
primeiro semestre de 2015, quando Cunha presidia a Casa.
Outro aliado de Cunha no Planalto é o ex-deputado Sandro Mabel
(PMDB-GO). Ele não tem um cargo oficial, mas atua como “colaborador” na
articulação do governo com a Câmara, principalmente com o Centrão –
grupo de 13 partidos liderados por PP, PSD, PTB e PR.
Mabel se aproximou de Cunha depois da disputa pela liderança do PMDB
na Câmara em 2013. Após vencer a eleição, Cunha passou a indicar
peemedebistas do grupo de Mabel para os espaços a que o partido tinha
direito na Casa.
Carlos Henrique Sobral, outro aliado de Cunha, foi nomeado chefe de
gabinete do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.
Sobral foi assessor especial do deputado cassado.
O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), também foi
escolhido por indicação de Cunha. Ele era um dos membros da chamada
“tropa de choque” que atuava para barrar o processo contra o
peemedebista no Conselho de Ética.
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