Duas
cartas escritas à mão — uma assinada pela cúpula do Primeiro Comando da
Capital (PCC) e outra por líderes do Comando Vermelho (CV) — fizeram
explodir a panela de pressão do sistema penitenciário brasileiro. O fim
da trégua entre as duas principais facções criminosas do país tem
causado conflitos, rebeliões e mortes. Somente na última semana, cerca
de 30 pessoas, a maioria detentos, foram executadas no Norte e no
Nordeste por causa dessa guerra. Especialistas temem que o caos avance
sobre os muros dos presídios.
Além de uma disputa territorial, um dos principais motivos do
conflito é a hegemonia no controle do tráfico de drogas. Em comunicados
enviados a integrantes de todo o país em setembro deste ano, as duas
facções se acusam de ter iniciado a guerra. “Mandaram nossos irmãos se
retirar na força e a nossa amizade já não é a mesma. Somos de paz, porém
jamais fugiremos das guerras”, afirma a carta do Comando Vermelho. Já o
PCC reclama de desrespeito: “Para nós, sempre foi mais viável a paz,
mas como nunca tivemos esse retorno por parte dos integrantes do CV, que
sempre agiram de ousadia nos desrespeitando e desafiando, acabamos
chegando a esse embate.”
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