João Doria Júnior (PSDB) eleito, em primeiro turno,
em São Paulo. Marcelo Crivella (PRB), consolidando-se como favorito na
disputa do segundo turno do Rio de Janeiro. Um empresário do ramo de
comunicação e um ex-bispo da Universal — que, justiça seja feita, é
senador há um bom tempo — têm chances reais de administrar as duas
principais capitais do país a partir de 1º de janeiro de 2017.
“O recado é claro de que precisamos nos reinventar. O povo brasileiro
queria e votou em nomes novos para mudar o cenário”, disse o líder do
PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), ao Correio Braziliense. Crivella,
embora tente se descolar ao máximo do discurso limitador de ex-bispo —
tanto que pediu desculpas sobre o seu livro, publicado em 2002,
intitulado Evangelizando a África — acabou sendo beneficiado pelo
“eleitor fiel” da Igreja Universal. Milionário, Doria tirou do próprio
bolso boa parte do dinheiro para a campanha municipal. Acabou virando
exemplo para outras campanhas políticas encabeçadas por empresários.
Na primeira campanha eleitoral com a proibição de doações eleitorais
por empresas e sindicatos — o que prejudicou, e muito, o êxito de
candidatos ligados aos partidos de esquerda — quem conseguiu amealhar
recursos por outros caminhos levou vantagem. Os dois casos citados
conseguiram arrecadar montantes de fontes regulares. Mas o próprio
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes,
alertou para os riscos de que algumas campanhas tenham sido bancadas
pelo dinheiro do crime organizado.
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