Agência O Globo
- A Executiva do PR anunciou nesta segunda-feira a expulsão, em caráter
irrevogável, da deputada Clarissa Garotinho (RJ), filha do
ex-governador Anthony Garotinho, preso na semana passada. A deputada
desrespeitou o fechamento de questão da legenda a favor da aprovação da
Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que fixa um teto para os
gastos públicos por 20 anos.
A decisão foi por unanimidade. A deputada
já foi comunicada da decisão.
O relator do processo disciplinar,
Benedito Wilson de Freitas, apresentou o relatório pela expulsão de
Clarissa, mas outros dois deputados que também desobedeceram e votaram
contra a PEC do teto de gastos foram apenas suspensos de funções
partidárias, como exercer a liderança na Câmara. No caso de Clarissa, o
relator propôs a expulsão com base em agravantes.
Segundo o
relator, a deputada Clarissa divulgou nota "desrespeitando" o colega de
bancada Vinicius Gurgel (PR-AP), que entrou com o processo contra ela.
Na nota, diz o relator, a deputada também descarta a natureza
democrática do PR. " Não se pode atribuir inspiração democrática a uma
manifestação que, além de vulgarizar uma posição a ser obedecida por
toda a bancada do PR, pretende desmoralizar a natureza de uma decisão do
mais alto colegiado do partido", afirmou Benedito.
Vinicius
Gurgel também entrou com representação contra os deputados Zenaide Maia
(PR-RN) e Silas Freire (PR-PI) que também desobedeceram o partido
votando contra a PEC do teto de gastos. Zenaide recebeu como punição
a suspensão de funções na legenda por 12 meses e o deputado Silas Freire
(PR-PI), que se absteve na votação, foi suspenso por nove meses. A
suspensão impede que eles assumam funções no partido, como exercer o
cargo de líder.
Na quinta-feira passada, um dia após a prisão de
Garotinho, a Executiva do PR se reuniu, mas acabou adiando a decisão em
relação aos três parlamentares porque houve pedido de vista coletiva. O
assessor de comunicação do PR, Wladimir Porfirio, afirmou que não houve
relação entre o adiamento da expulsão de Clarissa e a prisão do pai. O
adiamento aconteceu em razão das penas diferenciadas.
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