“Não desista do Brasil”, escreveu o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa de Curitiba, em reação à decisão da
Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que tirou da cadeia três
caciques da facção parlamentar do PMDB fluminense. Diante do mutismo do
asfalto, o procurador acrescentou:
“Nós não podemos nos anestesiar, mas
sim dar vazão à nossa indignação, de modo pacífico e democrático, por
meio da participação popular.”
Debruçado na janela do Facebook, Dellagnol afirmou: “Os deputados da
Assembleia do Rio deveriam ser os primeiros a endossar a atuação da
Justiça e apurar a responsabilidade de seus líderes, mas o comportamento
foi o oposto.” Mergulhado nos processos da Lava Jato desde 2014, o
procurador conhece a podridão por dentro. Num instante em que os
parlamentares, com a lama pelo nariz, apelam à cumplicidade e ao
compadrio dos colegas para obter blindagem, Dallagnol soa como se
enxergasse as urnas como um atalho ao Judiciário.
“Se Você não se envolver, eles ocuparão o seu espaço. Se hoje os
políticos mostraram do que são capazes, em 2018 a sociedade brasileira
precisa mostrar do que é capaz, nas urnas, agindo de modo organizado
para eleger apenas políticos com ficha limpa, que expressem compromisso
com a democracia e que apoiem propostas anticorrupção, com palavras,
votos e atitudes.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário