Quem tem boa posição nas pesquisas não tem partido para sustentá-la.
Quem tem partido para sustentar uma candidatura não tem boa posição nas
pesquisas. Lula tem boa posição nas pesquisas e um partido para
apoiá-la, mas está preso. Mesmo se for solto, não tem ficha limpa para
se candidatar.
O eleitor vota em nomes, não em partidos. É verdade: mas entrar numa
campanha com tempo reduzido de TV, consequência de atuar em partido
pequeno, torna difícil crescer nas pesquisas. Pior: sem diretórios
atuantes em todo o país, quem vigia as urnas de avançada tecnologia
venezuelana?
O MDB, fortíssimo, tem Temer, que consegue ser mais impopular do que
Dilma, ou Henrique Meirelles, que provavelmente nunca viu um pobre na
vida. Bolsonaro cresceu, trabalha bem na Internet, fascina uma parte do
eleitorado; mas, sem TV e sem líderes políticos distribuídos pelo país,
que fará para crescer até virar majoritário? Marina já mostrou, em duas
eleições, que é capaz de ganhar parte do eleitorado; e, nas duas, se
mostrou incapaz de chegar ao segundo turno. Álvaro Dias? É um bom
sujeito.
Alckmin foi quatro vezes governador, tem partido forte. Mas está mal
na pesquisa. Como tem tempo de TV, pode chegar ao segundo turno.
Já Ciro é bom de palanque, tem carisma, só lhe falta um partido
grande – como o PT. Mas o PT, imagine!, jamais apoiou nomes de outro
partido.
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