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sexta-feira, 27 de julho de 2018

Lampião passou em Caraubas/RN: Manoel Duarte, o homem que matou Colchete e baleou Jararaca em Mossoró

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Massilon Leite, Virgulio Lampião e Sabino Gório, esse foi que sequestrou o fazendeiro e empresario Antonio Gurgel do Amaral nas terras de Caraubas/Felipe Guerra e pediu resgate milionario para a epoca

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No ano da invasão de Mossoró, um trecho da estrada férrea inaugurada em 1º de novembro de 1926, já havia serviço da rede de ferro que ligava Mossoró/São Sebastião (atual Governador Dix-Sept Rosado). O inverno era bom e a estrada de ferro progredia até Caraúbas, terra do velho Quinca Saldanha homem de respeito que tinha seus homens como Lampião..

Na capital do Oeste potiguar havia uma senhora, a Dona Bernadete é filha de Manoel Duarte, um dos heróis da resistência a Lampião em Mossoró responsável pela morte de Colchete com tiro certeiro no crânio, e baleou Jararaca quando foi salvar o amigo.

Na cidade circulavam três jornais: ‘O Correio do Povo’, o ‘Nordeste’, e ‘O Mossoroense’, este o mais antigo do Município, e um dos mais antigos do Brasil, fundado em 1872.

Mossoró, segundo Raul Fernandes, em 1927 competia com Natal, a capital do Estado. Enquanto esta tinha 30.600 habitantes, aquela possuía 20.300. 
Denominada “Capital do Oeste” era ligada ao litoral por uma estrada de ferro que se estendia até o povoado de São Sebastião, atual Dix-Sept Rosado, na direção Oeste, percorrendo quarenta e dois quilômetros, 

Em julho noticia a invasão de Apodi por Massilon, a 10 de maio, e a de Mossoró, a 13 de junho, por Lampião e seu bando.
Quando da invasão de Mossoró seu Manoel  Duarte levou a família para Tibau, e voltou para participar da resistência. Rodolpho Fernandes era compadre, padrinho Antônio Leite Duarte.

Nunca ouvi falar na história de Massilon ser apaixonado por Julieta, filha de Rodolpho.

Relato da filha: Papai ficou na casa de Rodolpho, na parte de norte (que dava para a Igreja de São Vicente) e havia outros na Igreja. Estes não alcançavam os cangaceiros postados na parede lateral da casa de Alfredo Fernandes, esquina com a Avenida Alberto Maranhão, mas apontaram Colchete que já estava com uma garrafa de querosene na mão para jogar nos fardos de algodão. Papai atirou em Colchete e Jararaca. Muita gente correu da luta.”

José Leite de Santana era pernambucano de Buíque, nascido no ano de 1901. Antes de entrar para o cangaço servia ao Exército Brasileiro, em Sergipe, quando desertou em razão de ter participado de insurreição militar contra o comando do quartel no qual servia na capital sergipana. No cangaço, devido sua fúria irascível, ganhou o apelido de Jararaca, mas não era tão perverso como os irmãos Ferreira, pois quando da marcha de lampião intuindo atacar Mossoró, protagonizou ato benevolente na localidade de Cantinho do Feijão, hoje município de Santa Helena (PB).

Ezequiel Ferreira, irmão mais novo de Virgulino Ferreira da Silva, destacava-se pela pontaria impecável, razão pela qual ganhou o apelido de Ponto-Fino.  Foi ele quem matou Raimundo Luiz, subdelegado e fundador da localidade. Depois do assassinato, Lampião arrastou punhal de setenta e cinco centímetros de lâmina para rasgar o ventre da viúva do desditado homem da lei. Queria saber como era a cara do filho de um “macaco” saído das entranhas. Jararaca intercedeu e evitou mais uma barbaridade que seria cometida naturalmente pelo “rei do cangaço”.

Jararaca sabia, como todos os cangaceiros, que o código dos bandidos permitia que um companheiro quando era morto àquele que estivesse mais próximo tinha o “direito” de desarvorá-lo, ou seja, retirar armas, munição e tudo de valor que o defunto carregasse.   Corajosamente, Jararaca se expôs até demais, intuindo ficar com os pertences de Colchete. O mesmo Manuel Duarte que estourou a cabeça do cangaceiro que buscava transformar em churrasco os defensores da trincheira do prefeito escalou novamente seu winchester calibre 44 e pipocou Jararaca pelas costas. O cangaceiro caiu em forma de cruz sobre o companheiro morto. 

Passaram-se uns dez minutos para que Jararaca recobrasse a consciência devido ao impacto da bala calibre 44 detonado por Manuel Duarte. Este notou que o intrépido bandoleiro havia se mexido, fazendo menção de correr. Novo tiro deflagrado por Manuel Duarte varou a coxa de Jararaca, tornando sua situação periclitante ao máximo, ao extremo dos extremos. Jararaca conseguiu se arrastar por que Manuel Duarte se deparou com outro cangaceiro atrevido. Dessa vez era Sabino Gório. O tiro deflagrado, o qual buscava a cabeça do homem de confiança de Marcolino Pereira Diniz, arrancou o chapéu do cangaceiro, dando chance a Jararaca para sair da linha de tiro e se proteger.

O cangaceiro clamou por ajuda, chamando Sabino e Massilon, os quais não lhe deram ouvidos, pois a meta naquele instante era salvar a própria pele. O tiroteio no centro de Mossoró deixou os cangaceiros absolutamente desnorteados, tanto é que na fuga um “cabra” da confiança de Isaías Arruda, conhecido por Bronzeado, foi sair para as bandas do caminho deUpanema (RN), a leste, enquanto o bando tomava a direção de Limoeiro do Norte (CE), a oeste.
Jararaca se arrastou penosamente até chegar aos trilhos da estrada de ferro, sendo preso no dia 14 de junho de 1927. Nesse ínterim, chegava em Mossoró uma volante paraibana, enviada pelo governador João Suassuna. Essa coluna militar era comandada pelo Sargento Clementino Quelé, o famoso “tamanduá vermelho”. O governador norte-riograndense depois presenteou João Suassuna com o punhal de Jararaca, como prova de gratidão pela atitude de enviar socorro à cidade que foi ameaçada pelos bandidos comandados por Lampião.  Mais tarde, Lampião e seus sequazes viriam o tamanho da besteira que tinham feito, pois uma coisa eles não sabiam que era a forma como os Lamartine de Faria levavam avante suas vinganças. A audácia dos cangaceiros em tentar atacar Mossoró não ia ficar por isso mesmo. Certa vez Vingt-un Rosado me disse que havia indagado a Juvenal Lamartine sobre o motivo por que tinha mandado matar todos os cangaceiros que haviam sido aprisionados e enviados para responder processo no Rio Grande do Norte. A resposta de Lamartine, segundo Vingt-un, foi curta e grossa: “Mandei matar, mandava de novo e só tenho pena dos que não pude mandar fechar para deixarem de serem cabras safados”. Essa resposta revelou como era o homem que foi responsável também pela morte do cangaceiro Francisco Pereira Dantas, talvez, tudo indica, devido sedução de uma sobrinha de Juvenal Lamartine em Serra Negra, a qual contava quando do defloramento a tenra idade de doze anos.

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MMndes e Mendes disse... Amigo Homero Cardoso: É lamentável que a minha Mossoró tão bela e hospitaleira, tenha feito uma morte tão cruel e violenta contra um ser humano. É claro que não devemos elogiar os malfeitores que tiram a tranquilidade de um povo, mas não podemos justiçá-los, uma vez que quem julga é o grande homem do universo, não o homem da terra, que não sabe justiçar ninguém. Eu lendo o seu maravilhoso texto, vi que as suas palavras se assemelham às do escritor e jornalista de Mossoró, Geraldo Maia. Texto seguinte: Diz Geraldo Maia, que no depoimento baseado que Pedro Sílvio de Morais, um dos integrantes da escolta que matou o cangaceiro, fez ao historiador Raimundo Soares de Brito (mossoroense, dizia o depoente: “- Pelas onze e meia horas da noite, de um luar claro e frio, do mês de junho de 1927, uma escolta composta de oficiais, sargentos e praças, conduziu em automóvel o bandido, dizendo que ele ia para Natal. No momento da saída e ao dar entrada no carro, Jararaca disse que tinha deixado as alpargatas na prisão, e pediu ao comandante para mandar buscá-las, pois não queria chegar na capital com os pés descalços. O tenente-comandante então disse que em Natal lhe daria um par de sapatos de verniz. Quando os automóveis pararam no portão do cemitério, Jararaca interrogou: "Mas isto aqui é o caminho de Natal?" Como resistisse descer do automóvel, um soldado, empurrando-o, deu-lhe uma pancada com a coronha do fuzil. No cemitério, mostraram-lhe uma cova aberta lá num canto, e um deles perguntou-lhe: "Sabe para que é isso?". Jararaca respondeu-lhe: "Saber de certeza não sei não. Nas, porém estou calculando. Não é para mim? Agora, isso só se faz porque me vejo nestas circunstâncias, com as mãos inquiridas e desarmadas! Um gosto eu não deixo para vocês: é se gabarem de que eu pedi que não me matassem. Matem! Matem que matam, mas é um homem! Fiquem sabendo que vocês vão matar o homem mais valente que já pisou neste..." Mas o Jararaca não teve tempo de dizer o que queria. Um soldado, por trás dele, deu-lhe um tiro de revólver na cabeça. Ele caiu e foi empurrado com os pés para dentro da cova.
Que maldades fizeram com o cangaceiro! Ele era desumano? Era. Mas não deviam ter feito tamanha atrocidade com o rapaz. Dizem que a minha Mossoró foi uma grande heroína. Mas eu peço desculpa aos meus conterrâneos. Dessa maneira! Jamais heroína. José Mendes Pereira - Mossoró - Rio Grande do Norte.
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Um comentário:

  1. Difícil diferenciar quem era FERA HUMANAS, Se os Cangaceiros ou as forças policiais chamadas Volantes!

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