Na história do fisiologismo brasileiro, que atravessa vários
governos, a bandalheira sempre odebedeceu a uma regra tácita: havia as
repartições que seriam negociadas no balcão da baixa política e outras
nas quais a gestão seria presumivelmente técnica.
O Ministério da
Fazenda integrava o pedaço, por assim dizer, sério de qualquer
administração. Ao denunciar as
traficâncias dos ex-ministros Guido Mantega e Antonio Palocci, a Lava
Jato revela que, na era petista, a regra de ouro foi enviada às favas.
Graças às investigações que se seguiram à delação da Odebrecht, a
força-tarefa de Curitiba estabeleceu um elo entre as duas ruínas que
implodiram o governo de Dilma Rousseff:
a derrocada econômica e a
decadência ética.
A amoralidade ultrapassou as fronteiras do paroxismo.
Estableceu-se um comércio de medidas provisórias. Numa das transações, a
Odebrecht pagou R$ 50 milhões por mimos fiscais. Parte da verba
escorregou para a caixa registradora da campanha de Dilma à reeleição.
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