Quando um personagem como Eduardo Cunha consegue fazer uma Câmara dos
Deputados de cúmplice é porque encontra material. Dos 513 deputados
federais, menos de 40 defendem a saída de Cunha da poltrona de
presidente. Um deles é Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
Em entrevista aos repórteres da Folha, Fabio Brandt e Izabelle
Torres, Jarbas disse estar convencido de que Dilma não completará o
mandato: “ …Ou ela vai para a renúncia ou para o impeachment. Não há
outras opções no cenário atual. Nessas duas hipóteses, o denominador
comum é Michel Temer.”
O deputado avalia, porém, que a Câmara precisa varrer seu próprio
quintal antes de lançar um olhar para o outro lado da Praça dos Três
Poderes. “Acho que o atual presidente da Casa tentou usar a chefia da
Câmara para se proteger das denúncias de corrupção. Eu sabia que ele era
lobista. Mas votei nele porque achei que o mal maior era entregar a
Casa ao PT”, disse.
Jarbas deu o braço a torcer: “Confesso que não esperava tanta
suspeitas em torno dele. Eu li as 80 páginas de denúncias contra ele e
asseguro que são coisas escabrosas, vergonhosas. Ele pisoteou a moral e a
ética da Câmara e ficou sem condições de presidi-la.”
Acrescentou: “Imagina se a Dilma insiste em ficar no cargo e esse
cenário desemboca no processo de impeachment! Como vamos ter uma figura
dessas comandando o processo? Antes de pensar em sucessão e na saída
efetiva da Dilma, a gente tem de resolver primeiro a saída do Cunha.
Estamos trabalhando no manifesto que defende sua saída”.
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