Em conversa com aliados, o presidente Michel Temer descartou mudanças
amplas no primeiro escalão neste momento. Motivo: houve uma reação de
ministros que pretendem manter o foro privilegiado até abril, a
data-limite para que deixem o cargo aqueles que vão disputar eleição.
Uma saída do ministério agora deixaria esses políticos expostos por
mais tempo a decisões de primeira instância devido à perda do foro
privilegiado no caso daqueles sem mandato parlamentar. Alguns ministros
serão candidatos a deputado federal, por exemplo, a fim de tentar manter
o foro privilegiado.
O STF (Supremo Tribunal Federal) julgará na semana que vem uma ação
que restringe o alcance da prerrogativa de foro. O Congresso também
debaterá na semana que vem um projeto que trata do foro, mas que ainda
deve demorar a ser votado.
Muitos políticos hoje investigados pela Lava Jato deverão sustentar a
tese de que eventual mudança de regra feita pelo Supremo só valeria em
casos novos, não naqueles que já estão em andamento na corte.
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