A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou hoje (16) ao Supremo Tribunal Federal
(STF) parecer a favor da decisão da Corte que validou a prisão de
condenados pela segunda instância da Justiça.No documento, Raquel Dodge
afirma que a medida é fundamental para o controle da impunidade e que a
antecipação do cumprimento da pena antes do trânsito em julgado, ou
seja, o fim de todos os recursos possíveis, não fere o princípio
constitucional da presunção de inocência.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defende prisão de condenados em segunda instância da Justiça
“Mesmo na pendência de tais recursos que não têm efeito suspensivo, dificilmente se estará levando à prisão alguém que será absolvido pelos tribunais superiores”, defendeu a procuradora.
<“Mesmo na pendência de tais recursos que não têm efeito suspensivo, dificilmente se estará levando à prisão alguém que será absolvido pelos tribunais superiores”, defendeu a procuradora.
A data do julgamento ainda não foi definida. Para entrar em pauta, as
duas ações de constitucionalidade que discutem a questão precisam ser
liberadas para julgamento pelo relator, ministro Marco Aurélio, e pela
presidente do STF, Carmén Lúcia, para ser julgado pelo plenário.
No ano passado, o Supremo julgou o caso por duas vezes e manteve o
entendimento sobre a possibilidade da decretação de prisão de condenados
após julgamento em segunda instância.
Por maioria, o plenário da Corte rejeitou as ações protocoladas pela
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Partido Ecológico Nacional
(PEN) para que as prisões ocorressem apenas após o fim de todos os
recursos, com o trânsito em julgado.
No entanto, houve mudanças na composição da Corte em função da morte
do ministro Teori Zavascki, e a mudança de posição de Gilmar Mendes.
O cenário atual na Corte é de impasse sobre a questão. Os ministros
Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Celso de
Mello são contra a execução imediata ou entendem que a prisão poderia
ocorrer após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e a presidente, Cármen Lúcia, são a favor do cumprimento após a segunda instância.
O resultado vai depender do entendimento de Alexandre de Moraes, que
não participou do julgamento porque tomou posse no Supremo em março na
cadeira de Zavascki.
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