O ex-presidente Lula, participa de evento com líderes sindicais, contra a privatização de empresas estatais brasileiras e contra o presidente da República em exercício, Michel Temer, no Rio de Janeiro (RJ) - 06/06/2016
A defesa do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta
terça-feira reclamação com pedido para que sejam anuladas decisões do
juiz Sergio Moro em processos que investigam o petista na Operação Lava
Jato. Entre os atos contestados pela defesa estão o uso de conversas
telefônicas em que Lula discute o cenário político e critica as
investigações do petrolão com autoridades com foro, o fato de Moro ter
feito juízo de valor sobre as conversas e a decisão do juiz de ter
levantado o sigilo dos grampos.
Os
advogados de Lula já haviam se insurgido contra os grampos que
escancararam as conversas pouco republicanas do petista com a presidente
afastada Dilma Rousseff. O novo processo diz respeito agora às
conversas em que Lula manteve com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), os
deputados José Guimarães (PT-CE), Paulo Teixeira (PT-SP), Wadih Damous
(PT-RJ) e com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio
Monteiro. Na época dos grampos, outras autoridades que detinham foro na
ocasião também apareceram nas conversas, como os então ministros Jaques
Wagner (Casa Civil), Edinho Silva (Comunicação Social) e Nelson Barbosa
(Fazenda). Além dos grampos conterem autoridades com foro, os advogados
de Lula contestam a decisão do juiz Sergio Moro de tornar as conversas
públicas.
"Mostra-se de rigor
a concessão da medida liminar para que este Supremo Tribunal Federal
avoque, novamente, todos os procedimentos conexos ao Pedido de Quebra de
Sigilo (...) suspendendo-se, por consequência, o curso de tais
procedimentos relacionados, bem como de quaisquer outros munidos com o
conteúdo das interceptações em tela", diz a defesa. Além do recurso ao
STF, os advogados de Lula apresentaram em Curitiba um recurso conhecido
como exceção de suspeição, argumentando que Moro praticou "atos
arbitrários" ao determinar a condução coercitiva do ex-presidente, em
março, para prestar depoimento, e revogar o sigilo das conversas em que
Lula conversa com familiares, como seus filhos e a ex-primeira-dama
Marisa Letícia.
Para
os defensores Lula, cabe agora ao Supremo chamar para si todos os
procedimentos que envolvem o ex-presidente e os grampos e avaliar se
houve violação de competência, já que as conversas envolvem autoridades
que têm foro privilegiado, como deputados, senadores e um ministro do
TCU. "O Juízo Reclamado, ao se deparar com interceptações envolvendo
autoridades detentoras de prerrogativa de foro analisou e emitiu juízo
de valor sobre as conversas, quando deveria ter imediatamente enviado o
conteúdo das conversas a essa Excelsa Corte", criticam. Segundo os
advogados, os mesmos grampos já integram outra investigação envolvendo
Lula, a do inquérito que apura o "quadrilhão" da Operação Lava Jato. Por
isso, dizem, manter o teor das conversas em duas instâncias diferentes
equivaleria a poder penalizar o petista duas vezes pelo mesmo ato.
A
postura de Sergio Moro em relação ao ex-presidente já foi alvo de
representação ao procurador-geral da República em junho. Familiares de
Lula também ingressaram com ações de reparação por danos morais. Em
nota, a Justiça Federal do Paraná disse que Moro vai se manifestar
apenas nos autos do processo.
Segundo
os advogados, os mesmos grampos já integram outra investigação
envolvendo Lula, a do inquérito que apura o "quadrilhão" da Operação
Lava Jato. Por isso, dizem, manter o teor das conversas em duas
instâncias diferentes equivaleria a poder penalizar o petista duas vezes
pelo mesmo ato.
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